Em 2016, no XXVI Concurso de
Caboclos – Malhação de Judas de Major Sales/RN, os Moleques de Bebé conquistam
a vitória trazendo na sua apresentação a história do precursor dessa cultura no
município, o senhor José Berto da silva e homenageando-o.
Quem foi José Berto?
Nascido em 1888 natural do Seridó
e chegou ao sitio diamantina em 1904, era boiadeiro contador de história, gostava
de fazer forró de latada em sua residência e convidava toda vizinhança, e nesse
embalo todo, durante vinte anos foi sempre bem acolhido por todos dos sítios
vizinhos, sempre cultivando a dança e alegria.
No ano de 1924, formou o primeiro
grupo, tendo como base, vista por ele na época, a dança indígena e saiu brincando
nas casas de nossa região, além de alguns amigos, tinha também os seus filhos Francisco
Berto, Antônio Berto e João Berto que batia na zabumba, se prepararam uma
semana antes da semana santa, e começaram a fazer suas veste com vários
adereços, tais como: estopa, cordas de agave, palhas de carnaúbas, palhas de
bananeiras, cabaças, fiapos de pano, chocalhos, mascaras de couro de caprino e
também de papelão pintado de carvão, na mão usava um bastão com uma bolota de
couro ou de meia que ao bater no chão fazia um som de estalo para espantar os
cachorros, no domingo de ramos a indumentária estava quase pronta, só faltava
mesmo era o Judas que pode se chamar de boneco de pano.
Na segunda feira às cinco horas
da tarde todos se reuniam e se vestiam, parecia um bicho e colocava o Judas no
meio da cangalha de um jumento com dois caçoares e saia de casa em casa
cantando e dançando e pedindo esmola para o jejum.
A apresentação
A turma homenageou um dos amantes
da cultura, o senhor José Berto, avô do Mestre de cultura Popular (Mestre Bebé).
Os Moleques de Bebé como são conhecidos, trouxeram para a arena cultural muita
criatividade e musicalidade. Com uma introdução em que o velho (figura
importantíssima dos Caboclos) entra representando o senhor José Berto, com a
musicalidade e o cenário (as ocas indígenas) nos remete ao passado dessa linda
história mostrando como o idealizador conheceu os índios e depois convida para entrar
na arena cultural os caboclos unindo o passado e o presente da história dos
caboclos com uma apresentação emocionante e empolgante.
A musicalidade
As músicas narram essa história.
Compostas pelos próprios integrantes, a apresentação segue assim:
“A minha história” (Simone Silva);
“Caboclo bom (Bebé, Mônica, Alcivan e Oseias)
“Pisa Caboclo (Mestre Bebé)
“Bata caboclo, pode bater” (Oséias)
“Sou, sou, sou, sou caboclo do
sertão (Mônica)
O figurino
O grupo veio com mais inovações
este ano, um figurino alegre, vivo, mas sem perder a sua originalidade das
palhas: de Carnaúba, bananeira e coqueiro, chocalhos, papelão, couro, corda,
sementes de Timbaúba na máscara, sacos, penas e cabaças, dando um contraste
entre o antigo sobreposto do novo tornando um figurino volumoso e
interessante.
